ADJC foi ao MPF para protocolar representação pedindo a nomeação de junta médica para avaliar presidente
A ADJC (Associação Nacional de Advogadas e Advogados pela Democracia, Justiça e Cidadania) protocolou junto ao Ministério Público Federal, em Brasília, representação pedindo a nomeação de junta médica que avalie a sanidade mental do presidente Jair Bolsonaro. O protocolo foi feito virtualmente na sexta-feira (20).
Segundo a ADJC, caso a junta médica entenda que o presidente não tem plenas faculdades mentais, o MPF pode requerer sua interdição civil. Nesse caso, Bolsonaro não poderia exercer atos da vida civil por si mesmo e, assim, seria afastado da Presidência da República.
Conforme a procuração, Bolsonaro vem exibindo “transtornos de personalidade que o incapacitam para administrar a sua própria vida, que dirá a Administração Pública Federal”. Os advogados listam situações que sinalizariam falta de controle do presidente sobre seus atos, como o episódio em que pretendia jogar bombas em quartéis para protestar contra o baixo soldo, quando ainda servia ao Exército.
Mais recentemente, desde que retornou dos Estados Unidos trazendo em sua comitiva infectados pelo coronavírus, Bolsonaro tomou medidas que puseram em risco a si próprio e à população, a exemplo de sua participação nos atos golpistas de 15 de março.
Na ocasião, embora ainda sob suspeita de estar contaminado pelo vírus, Bolsonaro deixou o Palácio do Planalto para se encontrar com apoiadores, descartando instruções de seu próprio Ministério da Saúde. Em tese, Bolsonaro deveria ter mantido quarentena. Vinte e três pessoas que estavam na comitiva do presidente que visitou a Flórida – ou que mantiveram contato com ela – testaram positivo.
Nas ruas, ao menos um grupo de apoiadores de Bolsonaro foi filmado zombando da pandemia, num momento em que milhões de brasileiros se preocupam com a propagação do vírus. A manifestação pública de bolsonaristas vai ao encontro da tese de que o presidente incentiva ao menos parte da sociedade brasileira a fazer pouco caso da pandemia, que depende de medidas coletivas para sua contenção.
A petição não inclui as declarações mais recentes de Bolsonaro, feitas ao apresentador Ratinho, do SBT. Na entrevista, o presidente voltou a minimizar os riscos do coronavírus, priorizando a preservação da economia.
Com informações do Viomundo
Fonte: O Vermelho
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