(19/11/2020 REUTERS-Diego Vara. Foto/ Diego Vara-Reuters)
A situação mais crítica foi detectada no Distrito Federal, com 98% dos leitos ocupados.
A taxa de ocupação de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) para tratamento da Covid-19 no Brasil registrou uma piora em meio ao avanço da altamente transmissível variante Ômicron do coronavírus, segundo boletim de acompanhamento da pandemia no país divulgado nesta quarta-feira por pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
De acordo com o levantamento, entre os dias 17 e 24 de janeiro, a taxa de ocupação de leitos de UTI para tratamento de Covid no Sistema Único de Saúde (SUS) aumentou em 12 Unidades da Federação e em seis Estados –Mato Grosso do Sul, Goiás, Espírito Santo, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco– e no Distrito Federal o nível de ocupação está em patamar crítico, com a ocupação de pelo menos 80% das vagas.
Ainda segundo o levantamento da Fiocruz, 12 Estados estão na zona de alerta intermediário, quando a ocupação das UTIs está entre 60% e 79%, –Amazonas, Roraima, Amapá, Pará, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins, Ceará, Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná.
Ao mesmo tempo, oito Estados estão fora da zona de alerta, quando a ocupação está abaixo de 60% –Acre, Maranhão, Paraíba, Alagoas, Sergipe. Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A situação mais crítica foi detectada no Distrito Federal, com 98% dos leitos ocupados. Em seguida vêm Rio Grande do Norte, com ocupação de 83%, Piauí e Goiás com 82% cada, Pernambuco com 81% e Mato Grosso do Sul e Espírito Santo com 80%.
As menores taxas de ocupação foram registradas em Sergipe, com 25%, na Paraíba e Minas Gerais, com 28% cada, e no Acre, com 45%. Nos demais Estados fora da zona de alerta a ocupação era maior que 50%.
“Não se pode ignorar que o quadro está piorando, apesar de estar claro que o cenário com a vacinação é muito diferente daquele observado em momentos anteriores mais críticos da pandemia, nos quais se dispunha de muito mais leitos”, afirmaram os pesquisadores da Fiocruz em nota técnica.
“O que se coloca é que, com a elevadíssima transmissibilidade, mesmo uma proporção muito menor de casos gerando internações em UTI incorre em números expressivos”, acrescentou.
Os pesquisadores apontaram a importância da vacinação na contenção da pandemia, especialmente da aplicação de uma terceira dose de reforço de um imunizante. Destacaram também a necessidade de adoção de outras medidas para conter a disseminação como o uso de máscaras e exigência de comprovante de vacinação para entrada em locais públicos.
“Pessoas que já receberam a dose de reforço são pouco suscetíveis a essas internações, embora comorbidades graves ou idade avançada possam deixá-las vulneráveis. Entretanto, há ainda uma proporção da população que não recebeu o reforço e assim fica mais suscetível a formas mais graves da infecção com a Ômicron e, principalmente, há uma parte da população não vacinada, muito mais suscetível”, apontaram.
“É fundamental empreender esforços para avançar na vacinação e controlar a disseminação da Covid-19, com o endurecimento da obrigatoriedade de uso de máscaras e de passaporte vacinal em locais públicos, e deflagrar campanhas para orientar a população sobre o autoisolamento ao aparecimento de sintomas, evitando, inclusive, a transmissão intradomiciliar”, finaliza a nota técnica.
Fonte: Brasil 247
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