No primeiro ano de governo Jair Bolsonaro, a taxa de desemprego no Brasil recuou de forma modesta – de 12,3% para 11,9%. De 2018 para 2019, apenas 215 mil pessoas conquistaram algum tipo de ocupação.
No primeiro ano de governo Jair Bolsonaro, a taxa de desemprego no Brasil recuou de forma modesta – de 12,3% para 11,9%. De 2018 para 2019, apenas 215 mil pessoas conquistaram algum tipo de ocupação. Eleito com a promessa de “tirar direitos para gerar mais empregos”, Bolsonaro termina seus primeiros 12 meses de gestão com 12,6 milhões de desempregados. É quase o dobro do menor índice da série – de 6,8 milhões, em 2014, no primeiro governo Dilma Rousseff.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad-C), divulgada nesta sexta (31) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com a pesquisa, a população ocupada, na média anual, alcançou 93,4 milhões, sendo 2% acima da registrada em 2018. O crescimento se baseou, sobretudo, no trabalho informal e precário.
A informalidade (soma dos trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregador sem CNPJ, conta própria sem CNPJ e trabalhador familiar auxiliar) atingiu 41,1% da população ocupada – o equivalente a 38,4 milhões de pessoas. É o maior contingente desde 2016. “Houve um aumento de 0,3 ponto percentual e um acréscimo 1 um milhão de pessoas”, avalia a analista da PNAD Contínua, Adriana Beringuy.
O Brasil conta com 11,6 milhões de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado, exceto empregados domésticos – uma expansão de 4% em relação a 2018 e o mais alto patamar da série histórica iniciada em 2012. O número de trabalhadores por conta própria atingiu o maior nível da série, subindo para 24,2 milhões. A maior parte (19,3 milhões) não tem CNPJ. O número também representa um acréscimo de 3,9 milhões de pessoas desde 2012.
Os dados mostram que a ligeira melhora no número de trabalhadores com carteira assinada (expansão de 1,1%, com a criação de 356 mil vagas) não foi acompanhada pelos indicadores de informalidade na passagem de 2018 para 2019. Do acréscimo de 1,8 milhão no número de ocupações, 446 mil foram vagas sem carteira assinada; e a maior parte, 958 mil, são ocupações de trabalhadores por conta própria, dos quais 586 mil sem CNPJ.
Já o número de trabalhadores domésticos chegou a 6,3 milhões, permanecendo praticamente estável em relação à estimativa de 2018 (6,2 milhões). Mas o número de pessoas com carteira assinada caiu 3% – de 1,819 milhão para 1,764 milhão –, enquanto o contingente sem carteira assinada manteve-se estável, somando 4,5 milhões.
O número de empregadores totalizou 4,4 milhões em 2019, estável em relação à 2018, mas representando um crescimento de 24,5%, frente ao início da série, em 2012. “Porém esse aumento se deu, principalmente, na faixa dos pequenos empregadores. Do total, 3,6 milhões possuíam CNPJ, enquanto 832 mil não tinham esse registro em 2019”, diz Adriana Beringuy.
Outro indicador em destaque é a população subutilizada na força de trabalho – segmento que inclui pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas ou na força de trabalho potencial. O índice chegou a 27,6 milhões em 2019, o maior valor da série e 79,3% acima do menor patamar (15,4 milhões), apurado em 2014.
Entre os grupos de atividades, transporte, outros serviços, alojamento e armazenamento, construção e serviços domésticos apresentaram as menores participações na série. Mas a construção apresentou, em 2019, reversão no movimento de retração, totalizando 6,7 milhões de trabalhadores. A agricultura e a indústria mantiveram-se estáveis com 8,5 milhões e 17,7 milhões de trabalhadores, respectivamente. As maiores expansões foram em transporte (4,6%), informação e comunicação (4,1%) e outros serviços (3,9%).
Fonte: O Vermelho