O choque neoliberal implementado na economia brasileira após o golpe de 2016, que prometia trazer de volta a “confiança”, fracassou. Prova disso é o fato de o Brasil enfrentar hoje uma situação de estagflação – que combina inflação alta com estagnação econômica. “Os números são aterradores. O principal índice do custo de vida, o IPCA, subiu 1,25% em outubro, a maior taxa para o mês desde 2002, e acumula 10,67% em 12 meses. A generalização da carestia para itens como serviços sugere maior inércia e já contamina as projeções para 2022 —que se aproximam de 5%, bem acima da meta de 3,5%”, aponta editorial da Folha de S. Paulo.
“A consequência é uma maior dificuldade para o Banco Central fazer a inflação retornar aos objetivos traçados, e os juros, por isso, deverão subir mais. Não se descarta que a Selic chegue a 11% ou até mais nos próximos meses. O quadro é agravado pela ausência de direção da política econômica. A estagnação parece contratada e já se faz notar na perda de ritmo mesmo em áreas até recentemente mais defendidas, como as vendas no varejo. As chances de melhora dependem da política econômica que emergirá das eleições”, aponta o texto.
Fonte: Brasil 247