As 27 capitais e as principais cidades brasileiras serão palco, nesta terça-feira (13/8), de grandes manifestações populares contra os desmandos e os retrocessos do governo Jair Bolsonaro (PSL). Sob o lema “Em Defesa da Educação, Aposentadoria, Trabalho, Salário e Saúde Pública”, os protestos são liderados pelo movimento estudantil – especialmente a UNE –, pelas centrais e sindicatos de professores, além das Frentes Povo sem Medo e Brasil Popular.
Em São Paulo, o Ato Unificado está previsto para as 15 horas, em frente ao Masp, na Avenida Paulista, seguido de caminhada até a Praça da República. A pauta que une entidades estudantis aos sindicatos de professores e profissionais da Educação inclui a defesa de mais recursos para a educação pública, contra o corte de verbas, o desmonte do ensino federal, a liberdade de cátedra e o projeto Escola Sem Partido. As centrais, como a CTB e a CUT, levarão às ruas faixas e bandeiras contra a reforma da Previdência, o desemprego e a redução de direitos e salários.
“Orientamos todas as entidades filiadas e a militância cetebista a mobilizar as bases para os atos que estão programados para esta terça-feira”, declarou o presidente da CTB, Adilson Araújo. “O Brasil está à beira do precipício. A economia caminha para a recessão, temos mais de 13 milhões de desempregados buscando uma ocupação, somado a 5 milhões que desistiram de procurar emprego, e um governo submisso aos EUA. Bolsonaro não faz nada para reverter a situação, favorecer a retomada do crescimento econômico e a redução do desemprego.”
Para as entidades estudantis, as manifestações serão mais um capítulo do “Tsunami da Educação”, que já levou milhões de brasileiros às ruas em 15 e 30 de maio. Entre os slogans dos estudantes, estão o “Não matem nosso futuro” e “Tire a mão da educação”. “Os estudantes que ocuparam as ruas em maio, voltam a ocupar as ruas em agosto, contra as privatizações, os ataques à autonomia universitária, ao corte de verbas e contra o projeto Future-se anunciado pelo MEC”, informa um dos anúncios das entidades.
Em entrevista à Rede Brasil Atual, o presidente recém-eleito da UNE, Iago Montalvão,, criticou a portaria repressora do ministro da Justiça, Sérgio Moro, autorizando a atuação da Força Nacional contra os protestos. “Causa grande preocupação, mas não é a primeira vez que o governo faz isso. Já tinham feito em outros momentos, como na luta contra a reforma da Previdência também”, diz Iago.
Segundo ele, a tentativa de intimidação “demonstra autoritarismo do governo – mas também um certo medo de que os movimentos sociais possam causar uma pressão que impeça que eles fiquem à vontade para fazer as maldades que querem fazer. Ao mesmo tempo, eles tentam desestimular as pessoas que vão às ruas, porque quando adotam uma medida como essa eles amedrontam, desestimulam as pessoas. Mas temos visto que a reação das pessoas é pelo contrário, têm ficado ainda mais indignadas, porque uma pauta que tem deixado as pessoas muito preocupadas é a democracia.”
Fonte: O Vermelho