Secretaria da Mulher do PCdoB de São Paulo condenou a situação em nota: machismo estrutural; Comissão convidou vereadora do Psol apenas de forma temporária.
Um verdadeiro escárnio na Câmara de Vereadores de São Paulo foi revelado na última sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher. Na ocasião a vereadora Luana Alves (Psol) foi convidada para compor temporariamente a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher, que, para surpresa geral, é composta só por homens.
A situação chamou a atenção pela incongruência de se ter uma Comissão também voltada para as mulheres que não possui nenhuma integrante fixa no seu quadro. A vereadora negou o convite.
Alves já ocupou em outros anos a vaga na comissão de forma temporária, porém, neste ano, nenhum homem quis ceder o espaço.
Do quadro atual de 55 vereadores, apenas 12 são mulheres.
A composição do grupo é formada pelos vereadores: André Santos (Republicanos) presidente da Comissão, Aurélio Nomura (PSDB), Hélio Rodrigues (PT), George Hato (MDB), Major Palumbo (Progressistas), Manoel Del Rio (PT) e Rodolfo Despachante (Progressistas).
Todas as siglas que fazem parte da Casa possuem vagas em comissões. A falta de uma mulher nesta comissão é ocasionada pela limitação de proporcionalidade, uma vez que as siglas que possuem vereadoras em seus quadros já ocupam vagas em outras comissões.
A repercussão do assunto foi grande. A deputada federal do PCdoB, Daiana Santos, comentou o caso nas redes: “Parece até uma brincadeira de mau gosto, mas não é: a Comissão da Mulher da Câmara de SP é formada apenas por homens. E, para piorar, a vereadora Luana Alves (PSOL) foi convidada para assumir um lugar no grupo de forma temporária apenas durante o mês de março.
Confira o post abaixo:
Nesse sentido, a Secretaria da Mulher do PCdoB de São Paulo (SP) emitiu uma nota em que ressalta que a composição da Câmara paulistana escancara machismo estrutural. Veja abaixo:
É lamentável a notícia de que a Comissão da Mulher – que também trata de Saúde, Promoção Social, Trabalho -, da Câmara de São Paulo, tenha sacramentado sua composição sem a presença de ao menos uma mulher no espaço.
A composição atual da comissão, que sempre contou com a participação de ao menos uma mulher, não só escancara o machismo estrutural que reside em nossa sociedade, ela comprova que a atual composição da maior Casa Legislativa do país atua para perpetuar uma especial de exclusão histórica, que posiciona a mulher como cidadã de segunda classe.
É igualmente lamentável a proposta que foi feita à vereadora Luana Alves (PSOL/SP), que foi convidada a compor a Comissão por apenas 3 semanas em função do 8 de Março.
Tal cenário se soma a muitos outros que alimentam estatísticas vergonhosas. Vale destacar que, segundo o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam hoje menos de 15% dos cargos eletivos.
O PCdoB condena a postura oportunista de quem ousou fazer essa proposta estapafúrdia à parlamentar. E segue junto, ao lado das mulheres em luta para ampliar a participação feminina nos espaços de poder e decisão e romper com a violência, exclusão e desigualdade históricos que são impostos a elas durante séculos.
Por mais mulheres a política!!
10 de março de 2024.
Joanne Mota – Secretária da Mulher do PCdoB Paulistano.
Fonte: O Vermelho.