Com ameaças golpistas, Bolsonaro alimenta uma crise política que contamina diretamente o cenário econômico.
Nos últimos 12 meses, o Brasil viu despencar os investimentos estrangeiros no setor produtivo. De aproximadamente US$ 70 bilhões caiu para US$ 24 bilhões e a situação ainda piora com as empresas brasileiras que exportam commodities, por exemplo, preferindo manter seus dólares fora do país. Essa situação contribui com alta da moeda norte-americana que contamina diretamente a inflação, juros e miséria em alta.
Em reportagem neste domingo (22), o jornal Folha de S.Paulo denomina o movimento como “Custo Bolsonaro”. Grande parte dessa alta do dólar é transmitida diretamente para a inflação, via produtos importados ou commodities cotadas em dólar, como petróleo e gás, proteína animal e trigo.
De acordo com a reportagem, o Custo Bolsonaro é identificado como a transmissão para a economia da instabilidade política alimentada diariamente por Bolsonaro, com declarações golpistas, confronto com outros Poderes e questionamentos sobre o processo eleitoral.
“Com menos crescimento e com dólar, inflação e miséria em alta, a expectativa é que Bolsonaro crie subterfúgios para gastar mais para tentar se reeleger. Hoje, o presidente está longe de ser o favorito no pleito de 2022”, explicou o jornal.
O chamado Custo Bolsonaro, agora turbinado pela expectativa de descontrole no gasto público, também leva investidores a buscar proteção no dólar, alimentando um ciclo vicioso.
“Nele, o dólar alto pressiona a inflação, sobretudo pelo canal das commodities, o que obriga o Banco Central a subir os juros para controlar os preços. Como o juro mais alto corrige a dívida pública, ela cresce. Para atrair investidores dispostos a financiá-la, o BC pode se ver obrigado a subir ainda mais os juros, tornando a dívida ainda maior”, diz a reportagem.
Fonte: O Vermelho