GOVERNADORES SE ORGANIZAM PARA SE CONTRAPOR AO GOVERNO BOLSONARO

O grupo formado por 20 governadores passará a agir de forma institucional como um polo organizado de poder.

Em nota na segunda-feira (17), governadores de 20 estados criticaram Bolsonaro após ele acusar o governo da Bahia, do PT, pela morte do miliciano Adriano da Nóbrega, e cobrar deles que reduzam impostos sobre combustíveis.

Agora, esse tipo de ação pode deixar de ser pontual. Segundo apurou o jornal Folha de S.Paulo, os governadores articulam uma frente para se contrapor a Bolsonaro.

“Depois do protagonismo do Congresso em grau poucas vezes visto, o isolamento do governo Jair Bolsonaro gerou outro fruto político inusual: a união da maioria dos governadores em um polo organizado de poder”, diz a reportagem desta sexta-feira (21).

O grupo deixou de tratar só de temas tributários triviais, como a disputa sobre o ICMS dos combustíveis, e passou para a ação institucional.

O próximo alvo de atuação imediata é a área de segurança pública, na qual o incidente em que o senador Cid Gomes (PDT-CE) foi baleado por policiais grevistas na quarta (19) foi visto com um alerta.

Os governadores ouvidos pela Folha dizem que há o temor de que setores policiais, em especial algumas PMs, sejam insuflados contra os Executivos locais por apoiadores das franjas mais radicais do bolsonarismo —quando não por integrantes do próprio governo federal.

Fazem parte da turma 20 dos 27 governadores, justamente os signatários da carta desta segunda (17) em que criticavam Bolsonaro por ter associado um deles, Rui Costa (PT-BA), às circunstâncias nebulosas da morte do miliciano Adriano da Nóbrega. O ex-PM era ligado ao filho presidencial Flávio, sob investigação.

Esse colegiado não é integrado pelos três governadores do PSL, partido pelo qual o presidente se elegeu, e outros aliados como Ronaldo Caiado (DEM-GO). De forma pontual, o grupo recebe apoio desses governistas: numa nota criticando o desafio lançado por Bolsonaro para que estados reduzissem o ICMS dos combustíveis, quatro deles (MT, RR, SC e PR) seguiram a maioria.

Oficialmente, o espaço de discussão é o Fórum Nacional de Governadores, que se reúne periodicamente —o último encontro foi na semana passada e o próximo, provavelmente em 17 de abril.

Fonte: O Vermelho