Na conjuntura deste 7 de setembro, Dia da Independência do Brasil, a soberania nacional está mais uma vez gravemente ameaçada.
O governo Bolsonaro avança como um tanque de guerra para destruir os fundamentos da nação e os pilares da construção de um país que, a duras penas, aprendeu a prezar o direito de conduzir seus destinos. Armado com um discurso hipócrita sobre a posição da pátria — como num de seus slogans, onde ela estaria ao lado de Deus —, o bolsonarismo vem aplicando o seu programa de destruição nacional de modo a não deixar pedra sobre pedra.
O alvo é a pedra fundamental do pacto democrático alcançado depois de uma longa jornada contra o autoritarismo e o entreguismo, a Constituição de 1988. Ao atacá-la, Bolsonaro e seus auxiliares ferem um ideal que vem dos primórdios da batalha pela independência do país. Por ele, muitos foram dizimados, fuzilados, enforcados, torturados e encarcerados. Como agora, as justificativas para as práticas bárbaras contra os patriotas invocam valores que rigorosamente não fazem parte dos seus ideais — em nome da tese de amar o Brasil, exploram os brasileiros e saqueiam o país.
O governo Bolsonaro repete a receita, com o agravante de que a sua destruição alcança garantias sociais e democráticas que vem da chegada do capitalismo no Brasil, sintetizadas no pacto de 1988. As ameaças são explícitas.
No campo do direito, o ataque organizado à legislação democrática — os métodos da Operação Lava Jato — está instalado no governo, dirigido pelo ex-juiz e ministro da Justiça, Sérgio Moro. Na economia, a truculência do ministro Paulo Guedes tem como meta acabar com as regulações constitucionais. Na política externa, a diplomacia brucutu escancara o país à geopolítica dos Estados Unidos. Na regência da trupe está o presidente Bolsonaro, com seus gestos tresloucados.
Em resumo: esse governo é a negação completa dos ideais da Independência. A recuperação da memória dessa luta mostra nitidamente que o bolsonarismo está na margem oposta. São ideais que se formaram com a Revolução Francesa e a Independência Americana, e estimularam movimentos como os inconfidentes de Minas Gerais e da Bahia.
Do seu arcabouço advêm conceitos como democracia de massas, direitos individuais, liberdade de expressão. Ele gerou, entre outras coisas, o desenvolvimento da Revolução Industrial, os sistemas políticos modernos, o conceito de igualdade entre os cidadãos e o advento de governos contratuais e eleitos.
A nossa história mostra que a República, consequência direita da Independência e da Abolição, é vista como um ideal progressista, democrático e patriótico. Mostra também que os grandes momentos históricos nacionais são precedidos de duras lutas, inclusive pelas armas. Foi assim na Independência, na Abolição, na derrocada da Primeira República e nas quedas das ditaduras de 1937 e 1964. E as vitórias ocorreram sempre que as forças mudancistas optaram pela tática da mais ampla unidade.
O país está sob o comando de uma política antipatriótica. Bolsonaro é forte concorrente ao título de um dos maiores entreguistas e vassalos dos Estados Unidos. A isso se soma seu ódio visceral à democracia e à conduta de carrasco do povo. Na história, toda vez que a nação brasileira foi vitimada por um governo desse tipo, as forças vivas da pátria e da classe trabalhadora se levantaram.
É o que, crescentemente, passa a acontecer com o surgimento da oposição cada vez mais ampla à ameaça bolsonarista. Neste 7 de setembro, novamente, em todo o país, pelas manifestações populares agendadas, sobretudo da Educação e dos estudantes, se verá que diante de tanto retrocesso um filho teu não foge à luta.
Fonte: O Vermelho