Sérgio Camargo foi chamado de “alienado e imbecil.
“Alienado e imbecil.” Com essas palavras, a cantora, compositora e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) definiu o presidente da Fundação Cultural Palmares (FCP), Sérgio Camargo, após o anúncio feito pelo órgão de que diversos negros, expoentes da na nossa cultura, serão excluídos da lista de personalidades notáveis do órgão.
Leci é uma das personalidades excluídas, ao lado de nomes como Milton Nascimento, Martinho da Vila, Elza Soares, Gilberto Gil, Tim Maia, entre outros. Camargo também decidiu de não celebrar o Dia da Consciência Negra em 2020.
“Quer aparecer, está sempre procurando uma forma de humilhar, desmerecer. Quer desmontar toda uma história, uma verdade que existe aí”, afirmou Leci. “Você não pode olhar costumes, cultura e arte no Brasil e não falar da população negra. Estamos em tudo isso. É um cidadão que não pesa em nada, não significa nada para mim.”
O anúncio da exclusão das personalidades, feito pelo órgão que foi criado exatamente para valorizar a cultura e a arte negra, causou uma enxurrada de protestos em todo o país. Em seu Twitter, Sérgio Camargo, também conhecido como “Capitão do Mato”, afirmou: “a homenagem na galeria de personalidades negras será PÓSTUMA! Em razão disso, todos que estão vivos serão excluídos”.
“Haverá exclusão de vários nomes. Novas personalidades serão incluídas em razão do mérito e da nobreza de caráter”, escreveu ele, na semana passada.
Queridinho de Bolsonaro e da turma de Olavo de Carvalho, o nome de Sérgio Camargo à frente da Fundação Palmares é uma das maiores aberrações do atual governo, já tão repleto de tantas aberrações. Camargo acha que “a escravidão foi benéfica para os afrodescendentes”, que “Gilberto Gil, Martinho da Vila, Taís Araújo, Leci Brandão e outros artistas são parasitas da raça negra no Brasil”, e que o movimento negro é uma “escória maldita”, que abriga “vagabundos.”
Mas, como afirmou o cineasta, roteirista e escritor Braz Chediak, em carta de protesto sobre a exclusão de Milton da lista, “o presidente da Fundação, Sérgio Camargo, só será lembrado por sua ignorância, recalque, despeito, inveja. E Bituca será lembrado por seu amor, pela sua beleza, por sua voz, enquanto alguém cantar na face da terra. Enquanto nos ajoelharmos e louvarmos a “Voz de Deus”, porque, como disse Elis, “Se Deus cantasse, seria com a voz de Milton Nascimento!”.
Fonte: O Vermelho