Lula recebe documento da Conclat e promete nova lei trabalhista

Atividade reuniu oito centrais sindicais – CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST, Intersindical, CSB e Pública.

Em ato com dirigentes e lideranças sindicais, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (14) que, se voltar à Presidência da República, vai propor uma nova legislação trabalhista. A atividade, realizada na Casa de Portugal, em São Paulo, reuniu representantes de oito centrais sindicais – CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST, Intersindical, CSB e Pública.

Ao lado de Lula estava o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), que deve ser o candidato a vice na chapa presidencial. O encontro ocorreu no mesmo dia em que PT, PCdoB e PV oficializam, entre si, a federação partidária.

“Eu entendo como plenamente possível que o Alckmin e eu façamos uma chapa para reconquistar os direitos dos trabalhadores. Vamos juntar as duas experiências para tentar reconstruir em quatro anos o que eles destruíram”, disse Lula.

“Não adianta falar ‘vamos mudar tudo e voltar ao que era antes’, não. Nós queremos melhorar e ter uma legislação trabalhista ajustada à realidade atual”, agregou. Fazendo referência ao ano de criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), ele enfatizou que o cenário é outro. “Não queremos voltar para 1943. Queremos fazer um acordo em função da realidade dos trabalhadores em 2023.”

Lula criticou duramente a reforma trabalhista que foi aprovada no governo Michel Temer sob a promessa – não cumprida – de gerar empregos. “Eles tentaram achar uma solução com o trabalho intermitente, fazendo com que o trabalhador não tenha direito”, disse o ex-presidente. “Eu sempre disse: o emprego é uma coisa sagrada. Quando a gente tem carteira assinada, estabilidade social, previdência social, parece que a gente está no céu. Agora, tem muita gente desempregada.”

Lula também se comprometeu com uma reforma tributária que tenha taxação progressiva em relação à renda. “Quem ganha mais tem que pagar mais”, afirmou. Mas, para implantar esta e outras “mudanças necessárias”, o ex-presidente reforçou a importância de eleger uma “bancada progressista” ao Congresso Nacional. Esse será o núcleo, segundo ele, de uma frente para reconstruir o País. “Não vamos deixar ninguém de fora, todos vão sentar à mesa. E quero ouvir e saber qual vai ser o compromisso de cada um.”

As centrais sindicais aproveitaram o ato para entregar a Lula a Pauta da Classe Trabalhadora, conjunto de propostas aprovado, há uma semana, na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora – a Conclat 2022. “Temos que ir para as ruas para dizer que essa reforma trabalhista é indigesta e tem de ser revogada”, declarou Adilson Araújo, presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).

A professora Valéria Morato, presidenta do Sinpro Minas e da CTB-MG, lembrou o legado do governo Lula na educação. “Foi aprovado o piso nacional do magistério. Havia o consenso de que o desenvolvimento do país só era possível com educação de qualidade, inclusiva, e com a valorização de professores e professoras. No entanto, desde o final de 2018 a educação viveu momentos terríveis”, afirmou Valéria.

O presidente da CUT, Sergio Nobre, pediu que o próximo 1º de Maio seja uma data história para a democracia e para os trabalhadores. “Se nós queremos preparar nossa vitória em outubro, precisamos trabalhar muito a partir de agora”, declarou. Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, classificou o ato como “um momento histórico para o movimento sindical”.

Fonte: O Vermelho