Os rodoviários querem reajuste salarial de 12,47%, referente ao índice do INPC/IBGE, entre outras reivindicações como 100% das horas extras, fim da hora de almoço não remunerada e PLR.
A cidade de São Paulo amanheceu sem ônibus circulando na manhã dessa terça-feira (14) nos principais corredores e terminais. A greve decretada pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo começou na madrugada e atinge as empresas que operam nas chamadas vias estruturantes, que ligam as várias áreas da cidade ao centro. Algumas empresas que circulam entre os bairros continuam trabalhando.
Os rodoviários querem reajuste salarial de 12,47%, referente ao índice do INPC/IBGE, entre outras reivindicações como 100% das horas extras, fim da hora de almoço não remunerada e PLR, por exemplo. Em campanha salarial desde março não tiveram avanços, sobretudo no reconhecimento da data-base. Os patrões se negam a atender ao pleito.
Ontem (13) aconteceu uma tentativa de acordo mediado pelo Tribunal Regional do Trabalho, mas não houve acordo. “A princípio o setor patronal insistiu em oferecer apenas 10% de reajuste e ainda de modo parcelado. Agora, ofereceram os 12,47%, mas apenas a partir de outubro, o que é inadmissível”, declarou o presidente em exercício do sindicato, Valmir Santana da Paz, o Sorriso.
“Estamos indignados com a intransigência dos patrões que insistem em ignorar as reivindicações dos trabalhadores, que nada mais são do que um reajuste equivalente à inflação. Os preços estão às alturas, com a alta da gasolina, mercado, gás, luz, aluguel e eles querem tapar o sol com a peneira?”, indagou Sorriso.
O julgamento do dissídio da greve e econômico está agendado para acontecer na quarta-feira, dia 15, às 15h.
O diretor do Sindicato, José Carlos Negrão mostrou em uma live na madrugada a paralisação na porta da garagem da empresa Iguatemi: “Todo mundo aqui acatou a decisão do Sindicato. Fizemos de tudo para que não chegasse a essa situação que prejudica todo mundo; os empresários reclamam que subiram os custos, o diesel… mas eles também precisam entender que nós temos que pagar as nossas contas. Subiu o preço do arroz, do feijão, da carne, do aluguel e a gente não está conseguindo pagar as nossas contas trabalhando”.
A Prefeitura de São Paulo divulgou nota em que lamenta a paralisação e “espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população não seja ainda mais penalizada”.
A SPtrans, empresa municipal responsável pelo transporte púclico, obteve liminar em 31 de maio, que determina a manutenção de 80 % da frota operando nos horários de pico e 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Veja as empresas paralisadas:
– Santa Brígida (Zona Norte);
– Gato Preto (Zona Norte);
– Sambaíba (Zona Norte);
– Express (Zona Leste);
– Viação Metrópole (Zona Leste);
– Ambiental (Zona Leste);
– Via Sudeste (Zona Sudeste);
– Campo Belo (Zona Sul);
– Viação Grajaú (Zona Sul);
– Gatusa (Zona Sul);
– KBPX (Zona Sul);
– MobiBrasil (Zona Sul);
– Viação Metrópole (Zona Sul);
– Transppass (Zona Oeste); e
– Gato Preto (Zona Oeste).
Empresas que estão operando
– Norte Buss (Zona Norte)
– Spencer (Zona Norte)
– Transunião (Zona Leste)
– UPBUS (Zona Leste)
– Pêssego (Zona Leste)
– Allibus (Zona Leste)
– Transunião (Zona Sudeste)
– MoveBuss (Zona Leste)
– A2 Transportes (Zona Sul)
– Transwolff (Zona Sul)
– Transcap (Zona Oeste)
– Alfa Rodobus (Zona Oeste)
Fonte: O Vermelho