PARLAMENTARES CULPAM DESCASO DE BOLSONARO PELAS MAIS DE 100 MIL MORTES

Foto: Michael Dantas/AFP

Parlamentares de diversos partidos afirmaram que se não fosse o descaso e a negligência do presidente, país não teria chegado a 100 mil mortes.

O Brasil chegou nesta segunda-feira (10) com 101.269 mortes por coronavírus, de acordo com levantamento do consórcio de veículos de imprensa feito a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde. Para os deputados do PCdoB, a triste marca explicita a política genocida adotada pelo governo Bolsonaro desde o início da pandemia.

“Bolsonaro é irresponsável e não sabe o que diz! Se não fosse o descaso e a negligência desse governo desde o início da pandemia, o país não teria ultrapassado a triste marca dos mais de 100 mil mortos. Esse presidente precisa ser parado urgentemente! Genocida”, afirmou a deputada Alice Portugal (BA).

Além da falta de ação efetiva para conter o avanço da pandemia no país, os deputados condenam ainda a falta de solidariedade com a população de Bolsonaro e sua equipe.

“Li e reli os tuítes do presidente. Nenhuma solidariedade às famílias das 100 mil vidas perdidas. Bolsonaro volta ao seu normal e faz propaganda da cloroquina. O Brasil não merece esse entulho!”, destacou a líder do PCdoB, deputada Perpétua Almeida (BA).

A líder da legenda na Câmara repudiou ainda a baixa execução orçamentária do governo para conter a pandemia. Um levantamento realizado pela assessoria do PCdoB sobre a utilização dos recursos liberados pelo Congresso para investimento no enfrentamento da Covid-19 revela que o governo Bolsonaro, até agora, utilizou apenas 52% da verba. Para a bancada, o governo está retendo os recursos orçamentários para criar caos no país, além de reforçar a política genocida encampada por Bolsonaro.

Na saúde, por exemplo, dos R$ 39,2 bilhões aprovados apenas R$ 18,9 bilhões (48%) foram executados. “Este é um número que grita de agonia, pois é um recurso que deveria estar sendo usado para salvar vidas, mas o governo não utilizou nem a metade ainda”, criticou Perpétua.

Em suas redes sociais, o deputado Orlando Silva (SP) também chamou atenção para o descaso do governo em relação às mortes. E em referência a uma fala de Bolsonaro, que classificou no início da pandemia, a Covid-19 de “gripezinha”, Orlando foi categórico: “100 mil mortes não é gripezinha, é genocídio!”.

O líder da minoria na Câmara, José Guimarães (PT-CE), diz que são 100 mil histórias que se foram em virtude do coronavírus e do descaso do Bolsonaro com a saúde pública.

“Essa é uma tragédia da qual nunca vamos esquecer. Por mais que tentem diminuir a gravidade e o impacto de pandemia. Enquanto esse pesadelo não passa, profissionais de saúde e famílias se unem para suportar tanto sofrimento”, disse o deputado Alessandro Molon (RJ), líder do PSB na Câmara.

O líder da oposição na Casa, deputado André Figueiredo (PDT-CE), afirmou que a história vai cobrar Bolsonaro. “Não podemos aceitar que tantos brasileiros e brasileiras continuem sofrendo pela irresponsabilidade e omissão deste Governo. A história te cobrará, Bolsonaro!”, escreveu no Twitter.

“Nós temos um grande responsável por isso: o presidente Bolsonaro. Ele não cumpriu as determinações da Organização Mundial de Saúde, não respeitou os profissionais, chamou de gripezinha, jogou contra o isolamento, não dialogou com prefeitos e governadores e, sem dúvida alguma, precisa ser responsabilizado pelo sofrimento tão profundo dos brasileiros nesse momento”, protestou o deputado Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Senado

Já o líder da minoria no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que a doença não era uma gripezinha. “O negacionismo e a omissão de Bolsonaro fizeram a crise tomar proporções catastróficas. Enquanto lutamos para salvar vidas e criar políticas para superarmos a pandemia, Bolsonaro se ocupa em se proteger de investigações!”, criticou.

“Estamos de luto por 100 mil brasileiros que perderam a guerra contra a Covid-19. Uma grande perda, que poderia ter sido evitada caso o governo federal tivesse cumprido seu papel e conduzido o país com uma política nacional de combate à doença, baseada na ciência e na medicina”, disse o senador Weverton Rocha (MA), líder do PDT.

O líder do PT na Casa, senador Rogério Carvalho (SE), afirmou que nenhum tipo de cura milagrosa, remédio ou vacina vai apagar a dor de tantas perdas.

Fonte: O Vermelho