Redução nos preços foi anunciada no mesmo dia em que acaba o prazo da medida eleitoreira de Bolsonaro que desonerava impostos federais sob combustíveis. Ministro da Fazenda diz que fará anúncio sobre o tema na noite desta terça-feira.
A Petrobras anunciou nesta terça-feira (28) uma redução dos preços da gasolina e do diesel nas refinarias da estatal. O preço da gasolina foi reduzido R$ 0,13 e do diesel caiu para R$ 0,08 por litro. O novo valor passará a valer a partir desta quarta-feira (1°/3). No entanto, para especialistas, o impacto da redução nas bombas seria insignificante para o consumidor.
Segundo comunicado da petrolífera, a redução segue a linha da política de paridade com preços internacionais (PPI). “Essas reduções têm como principal balizador a busca pelo equilíbrio dos preços da Petrobras aos mercados nacional e internacional, através de uma convergência gradual”, diz a nota.
Reoneração dos combustíveis
O anúncio de redução nos preços dos combustíveis acontece em meio à discussão do governo federal sobre a desoneração dos combustíveis, medida eleitoreira concedida por Bolsonaro durante a campanha e que valeria até 31 de dezembro de 2022. Logo que tomou posse, o presidente Lula prorrogou a proposta por Medida Provisória (MP) e sua validade termina hoje.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad e sua equipe têm se encontrado frequentemente com o recém-empossado presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, para tratar do tema da volta dos tributos. Para esta terça-feira (28/2), é esperado um anúncio do ministro sobre a desoneração de impostos federais.
Leia também: Corrigido, IR isentará 13,7 milhões de brasileiros
Para o atual governo, a solução definitiva seria a mudança na aplicação da política de preço da Petrobras que foi alterada pelo governo golpista de Temer, em 2016, quando passou a fazer uso do Preço de Paridade de Importação (PPI) para a definição de reajustes. Contudo, o governo Lula só poderá atuar no processo da empresa, a partir de abril, com a realização de uma assembleia geral de acionistas e a eleição de um novo conselho de administração.
O coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar concorda que a desoneração não é a solução para o problema dos preços dos combustíveis. Bacelar disse que a solução definitiva seria uma mudança da política de preço.
Leia também: Por que os juros brasileiros não podem baixar?
“Essa desoneração representa uma perda de arrecadação de R$ 29 bilhões para o Estado brasileiro. Isso faz falta, até porque o governo Bolsonaro deixou o Estado brasileiro aos frangalhos”, disse em entrevista.
Já na campanha eleitoral, o presidente Lula criticava a política de preços da estatual. “A Petrobras é uma empresa brasileira, o petróleo está no solo brasileiro, as plataformas somos nós que fazemos. Por que a gente tem que cobrar em dólar? Se a gente ganhar as eleições, a gente vai abrasileirar os preços da Petrobras”, dizia o então candidato em propaganda de TV.
Fonte: O Vermelho