A Petrobras estaria sendo usada como instrumento eleitoral ao reduzir o preço do gás a 20 dias da eleição.
O desespero eleitoral no governo é tanto, que estão dispostos a doar tudo que têm para tentar reverter o voto. As pesquisas, no entanto, revelam que a estratégia bolsonarista não está dando certo. O eleitor percebeu que, com Jair Bolsonaro, precisaria haver uma eleição a cada semestre para garantir algo bom para a população.
Em declaração ao Portal Vermelho, o coordenador-geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, voltou a qualificar de eleitoreira as sucessivas quedas no preço de combustíveis às vésperas da eleição.
Depois de escaladas de três anos e oito meses de aumento de preços promovidos pela Petrobras, a pressão do governo sobre a estatal a fez “repensar” a estratégia desde o mês de março. Para não os perder braços e pernas da Paridade de Preços Internacionais (PPI), resolveu cortar alguns dedos enquanto é tempo. Assim, a direção resolveu ofertar pequenas reduções nos preços da gasolina e do gás, enquanto Bolsonaro oferece subsídios para os mais pobres, caminhoneiros e motoristas.
A partir desta terça-feira (13), o gás de cozinha estará 4,7% mais barato nas refinarias. De acordo com a Petrobras, o preço médio do botijão de 13kg com gás liquefeito de petróleo (GLP) passará de R$ 54,94 para R$ 52,34. Vale dizer que, para o consumidor, o valor cobrado é bem maior, já que é acrescido das margens das distribuidoras e revendedores.
Para a dona de casa, a redução não vai fazer muita diferença, porque o gás de cozinha já subiu 20% em 12 meses, acima da inflação.
O adversário de Bolsonaro da disputa eleitoral, o ex-presidente Lula, tem sinalizado que vai retomar o controle sobre a Petrobras, como acionista majoritário, e acabar com a política de PPI, além de retomar as refinarias que foram destruídas pelo atual governo. Com isso, os preços irreais e exorbitantes da PPI, que geram lucros estratosféricos para acionistas da Petrobras, vão voltar aos padrões anteriores a 2016, quando o golpe de Michel Temer instaurou o modelo de precificação, como se o Brasil importasse todos os seus combustíveis.
“A vinte dias do pleito, o governo corre atrás do prejuízo, depois de três anos e oito meses de altas recordes nos preços dos derivados, reajustados com base na equivocada política de preço de paridade de importação (PPI)”, diz Bacelar. Ele acrescenta que, somente no gás de cozinha, a alta de preço, na refinaria, foi de 119,1%, no governo Bolsonaro, levando a camada mais pobre da população a lançar mão de lenha para cozinhar, enfrentando graves riscos de acidentes. “Enquanto isso, o salário mínimo, sem aumento real, teve reajuste de apenas 21,4% no atual governo.”
No início deste mês, a Petrobras anunciou redução de 7% no litro da gasolina. Desde o último dia 2, o preço médio do litro do combustível tipo A nas refinarias passou de R$ 3,53 para R$ 3,28. Foi a quarta redução no ano, sendo duas quedas em julho, uma em agosto e uma em setembro. Com isso, considerando o valor de R$ 4,06 que vigorava de 18 de junho até 19 de julho, o preço médio nas refinarias foi reduzido em 19,2%.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de janeiro a agosto, o preço da gasolina recuou 19,30% no ano e 9,20% no acumulado em 12 meses. Já o preço do óleo diesel acumula altas de 34,27%, no ano, e de 53,16% em 12 meses.
“Bolsonaro passou três anos e sete meses de seu mandato dizendo ser impossível interferir na política de Preço de Paridade de Importação (PPI), apesar dos impactos nocivos dessa política sobre a inflação e sobre o poder de compra dos trabalhadores. Agora, às vésperas das eleições, a estratégia eleitoreira do presidente da República é anunciar pequenas e sucessivas reduções de preços dos combustíveis. A política de preços agora é determinada pelas lives de quinta-feira. Até o pleito, serão mais três quintas-feiras”, atacou o petroleiro.
Fonte: O Vermelho