Mais uma vez, aumento é reflexo da nefasta política de preços da empresa e começa a valer dia 1 de maio.
Em pleno agravamento da pandemia, com desemprego em alta, aumento galopante da pobreza e diminuição drástica no valor do auxilio emergencial, a Petrobrás anunciou o reajuste absurdo de 39% no preço do gás natural vendido às distribuidoras, que passa a valer a partir de 1º de maio.
Esse reajuste de quase 40%, de uma vez só, chega após uma sequência de altas ocorridos em menos de três meses: desde o início do ano, a estatal já elevou os preços da gasolina em 46,2%, do diesel, em 41,6%, e do botijão de gás, em 17%.
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A prática do preço justo prejudicaria a Petrobras?
Mais uma vez, o aumento é resultado da inviabilidade da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) usada pela administração da Petrobrás para reajustar os combustíveis e derivados de petróleo, componentes importantes nos cálculos da inflação, com efeito cascata na cadeia produtiva e no bolso dos consumidores.
Em comunicado divulgado, a própria empresa atribui o aumento a três fatores: a alta recente do petróleo, a taxa de câmbio e o reajuste da parcela do preço referente ao transporte do gás pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), índice de inflação que acumula alta de 31% em 12 meses, até março.
Forte impacto
Embora no Brasil, segundo o IBGE, 91% das famílias usem gás de botijão para cozinhar, enquanto apenas 8% usam gás encanado (como é chamado o gás natural), isso não vai impedir que esse aumento chegue ao bolso de todos os consumidores. Mesmo daqueles que não têm gás encanado em casa.
Mas, por que isso vai acontecer? Porque o aumento deve impactar as indústrias e a geração de energia elétrica.
Entre os segmentos industriais que mais consomem gás em seu processo produtivo podemos citar vários que vão desde fertilizantes (o que impacta preços dos alimentos), até siderurgia, vidro, papel e celulose, química, cerâmica, cimento e alumínio. Além, é claro, da energia elétrica. Afinal, a alta do gás natural deve afetar termoelétricas movidas a esse combustível e, à medida que as usinas receberem esse aumento, vão repassar para a energia gerada, o que vai pesar no bolso dos consumidores.
Ou seja, um aumento absurdo que vai causar um grande efeito inflacionário indireto ao longo de toda a cadeia produtiva.
“Essa política absurda, que reajusta gasolina, óleo diesel e gás de cozinha com base no preço internacional do petróleo e na cotação do dólar, mesmo quando esses combustíveis são produzidos no país, não pode continuar. Isso está penalizando a população. Por isso, a luta dos petroleiros de todo o país é pelo fim do PPI, já! Não à privatização! A Petrobrás tem que ser dos brasileiros!”, disse o presidente do Sindipetro-SJC Rafael Prado.
Fonte: Sindipetro-SJC