O presidente da Comissão de Direitos Humanos, Humberto Costa, disse que pode haver ação criminosa no sumiço deles, pois o indigenista vinha sofrendo ameaças por atuar na fiscalização de atividades ilegais em terras indígenas.
A Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado vai apurar o desaparecimento do indigenista brasileiro Bruno Araújo e o jornalista inglês Dom Phillips no Vale do Javari no Amazonas, região com maior concentração de indígenas isolados no mundo. De acordo com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), eles estão sem fazer contato há mais de 24 horas.
O senador Humberto Costa (PT-PE), que preside o colegiado, disse que pode haver ação criminosa no sumiço de ambos. “Eles estavam em expedição no Vale do Javari. Bruno vinha sofrendo ameaças por atuar na fiscalização de atividades ilegais em terras indígenas. A CDH do Senado, que presido, vai acompanhar o caso”, afirmou o senador.
O indigenista é funcionário licenciado da Fundação Nacional do Índio (Funai) e Phillips colaborador do The Guardian.
Por meio de nota, a Unijava diz que eles vinham recebendo ameaças e que desapareceram no trajeto entre a comunidade Ribeirinha São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte. De acordo com a entidade, Bruno é “experiente e profundo conhecedor da região, pois foi coordenador regional da Funai de Atalaia do Norte por anos”. Eles viajavam com uma embarcação nova, de 40 cavalos, e 70 litros de gasolina, o suficiente para a viagem.
“Os dois se deslocaram com o objetivo de visitar a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima à localidade chamada Lago do Jaburu (próxima da Base de Vigilância da Funai no rio Ituí), para que o jornalista visitasse o local e fizesse algumas entrevistas com os indígenas”, diz nota da entidade divulgada nesta segunda-feira (6).
De acordo com a entidade, eles chegaram ao local no dia 3 de junho às 19h. “No dia 5, os dois retornaram logo cedo para a cidade de Atalaia do Norte, porém, antes pararam na comunidade São Rafael, visita previamente agendada, para o indigenista Bruno Ferreira fizesse uma reunião com o comunitário apelidado de ‘Churrasco’, com objetivo de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território bastante afetado pelas intensas invasões”, diz a nota.
No local, conversaram com a esposa do comunitário, uma vez que ele não se encontrava na comunidade. Segundo a Univaja, eles teriam que chegar entre às 8h e 9h em Atalaia do Norte. Uma equipe de busca foi a região e percorreu o mesmo trajeto de ambos, mas não os localizou.
Fonte: O Vermelho