O presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) continua com uma agenda pífia em sua
Presidente não participou de passeio dos líderes do G20, que tiraram uma foto jogando moeda na Fontana di Trevi, tradicional ponto turístico de Roma.
O presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) continua com uma agenda pífia em sua viagem a Roma, na Cúpula do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo. Sem reuniões agendadas com outros chefes de estado, o presidente brasileiro se restringiu a passeios turísticos acompanhado de sua comitiva e reuniões protocolares em que os interlocutores são obrigados a se encontrar com todos os membros do grupo.
Hoje, por exemplo, Bolsonaro participou de uma reunião com o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus. O único encontro com autoridades do dia informado pela Presidência. Segundo afirmou o Planalto no Twitter, o encontro ocorreu “à margem da Cúpula de Líderes do G20”.
A agenda oficial de Bolsonaro informa que o presidente participará da sessão de encerramento do encontro do G20 neste domingo, mas não cita reuniões com chefes de estado.
Antes de Bolsonaro, o Brasil sempre foi referência mundial, disputado para diálogos internacionais sobre combate à fome, às mudanças climáticas ou campanhas bem sucedidas de imunização. Agora, as manifestações de Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas contra a vacinação e defendendo sua política de desmonte da fiscalização ambiental, ou, recentemente, quando chocou o mundo afirmando que a vacina da covid causa aids.
Um dos principais temas do encontro foi a taxação sobre grandes fortunas. A preocupação dos países ricos com a evasão fiscal de suas empresas para paraísos tributários se manifestou com a possibilidade de um imposto global. Em outros momentos, o Brasil seria o país a tomar a iniciativa de sugerir este tipo de medida, sendo ouvido pelos países ricos e aplaudido pelos parceiros em desenvolvimento. Agora, Bolsonaro sequem acompanha o debate, afinal, seu ministro da Economia, presente em Roma, tem sua fortuna aplicada em paraísos fiscais, conforme revelaram os vazamentos do escândalo Pandora Papers.
Desde o início da cúpula, Bolsonaro se comporta como um penetra na festa dos ricos. Ontem, abordou Recep Tayyip Erdogan, o presidente turco, que ele considera um par, pelo perfil autoritário. Na ocasião teve uma conversa que surpreendeu pelo distanciamento da realidade nacional, ao se dizer popular, com uma economia forte e uma equipe de ministros qualificada, além de definir a Petrobras como um problema que atrapalha seu governo.
De modo geral, chefes de Estado e de governo demonstraram pouco interesse em interagir com Bolsonaro. Quando falou com Erdogan, Bolsonaro estava diante de Olaf Scholz, vitorioso nas últimas eleições legislativas da Alemanha, a maior economia da Europa. Como ele ignorou o alemão, este se retirou. O gesto foi observado e registrado pela Radio France Internationale (RFI), atentos ao exótico Bolsonaro.
Mesmo sem ter o que fazer em Roma, Bolsonaro não participou pela manhã deste domingo do passeio dos líderes do G20 por Roma, que tiraram uma foto na Fontana di Trevi, ponto turístico obrigatório da “cidade eterna”. Não houve justificativas para isso. Apenas o presidente americano Joe Biden faltou ao encontro descontraído.
Na cerimônia de abertura do G20 no sábado, o primeiro-ministro italiano, Mario Draghi, cumprimentou muitos chefes de Estado e de governo com um aperto de mão. Porém o anfitrião evitou o presidente Jair Bolsonaro. O distanciamento entre os dois líderes chamou a atenção da imprensa italiana, que destacou que o dirigente brasileiro afirmou categoricamente que “não vai se vacinar contra a Covid-19”.
Bolsonaro participou, na noite deste sábado (30), do jantar oficial oferecido pelo Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, aos líderes do G20. Segundo o Planalto, o presidente também participou de encontro bilateral com o Secretário-Geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), Mathias Cormann.
A assessoria do palácio do Planalto publicou nas redes sociais a íntegra da fala do presidente durante almoço no sábado, quando todos discursaram.
O presidente afirmou em discurso que o G20 precisa adotar “esforços adicionais” para garantir a produção de vacinas contra a Covid, repetindo a retórica contraditória de quem insiste em dizer que não vai se vacinar. A comunidade científica recomenda a vacinação até mesmo para quem já teve Covid.
Fonte: O Vermelho