Autoritarismo, corrupção e omissão na gestão da pandemia unem esquerda e direita em atos contra Bolsonaro pelo país. Saiba também quem foram os famosos que foram ‘as ruas.
O avanço da CPI da Covid, com revelações inesperadas de esquemas de propina na compra de vacinas, além da omissão proposital do governo no controle do contágio, chocaram a população nas últimas semanas, gerando um clima de revolta nas redes sociais. Artistas que raramente se manifestam convocaram para os atos em suas redes, assim como partidos políticos e organizações de amplo espectro se uniram pelo chamado #3JFora Bolsonaro.
Após o superpedido de impeachment protocolado na Câmara dos Deputados com assinatura de ex-apoiadores de Bolsonaro, nesta semana, já havia expectativa dessa “frente ampla” nas ruas. Ainda assim, foi inusitado ver grupos de militantes e dirigentes do PSDB uniformizados nas manifestações de São Paulo. A rivalidade histórica com partidos de esquerda como o PT, tornou inédito o hasteamento de bandeiras azuis e amarelas na Avenida Paulista.
No Rio de Janeiro foi possível ver militantes do Avante e do Cidadania. Até o Movimento Brasil Livre (MBL) passou por debates internos sobre se participaria dos atos. Abertamente antipetistas, acabaram decidindo não aderir, conforme informou ontem o deputado Kim Kataguiri (DEM-SP).
Da parte de dirigentes de esquerda, a participação é vista com entusiasmo, conforme há uma tentativa de criar uma frente ampla contra o governo Bolsonaro. A predominância de sindicalistas e entidades estudantis, como UNE, UJS e UMES, além das entidades e partidos que formam a Frente Povo Sem Medo e a Frente Brasil Popular receberam sem hostilidades os militantes de direita.
Foi possível ver, também, um colorido diferente dos tons de vermelho frequentes nas manifestações anteriores. Muita gente levou suas bandeiras nacionais em vez de bandeiras de partidos, assim como muita gente vestiu preto em luto pelas vidas perdidas na pandemia. Havia também manifestações e performances folclóricas, artísticas e indígenas com senso de humor e alegria.
Brigadas de distribuição de máscaras e álcool gel também foram montadas para ajudar na conscientização pelo distanciamento social. Este aspecto contrasta abertamente com o negacionismo e falta de preocupação com os protocolos sanitários em manifestações a favor de Bolsonaro.
Fonte: O Vermelho