BNDES reduz juros para incentivar descarbonização da frota naval brasileira

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, em audiência no Senado (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

“Temos de sair na frente, nos antecipar: o Brasil tem etanol e biocombustível para ser líder na renovação da frota marítima”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quarta-feira que irá reduzir a taxa de juros para projetos navais que comprovem a redução na emissão dos chamados gases de efeito estufa.

Projetos de construção de novas embarcações podem ter uma redução de até 0,24 ponto percentual na taxa de juros; projetos de modernização, conversão ou jumborização de embarcações, redução de até 0,40 p.p.; e projetos de docagem, reparo e manutenção de embarcações, até 0,2 p.p, segundo o BNDES.
“Nossa expectativa é de 2 bilhões de reais para construção naval por meio do Fundo da Marinha Mercante (FMM), gerido pelo BNDES”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, conforme comunicado à imprensa.

Ele acrescentou que, a partir de 2030, haverá multa entre 50 a 500 dólares por tonelada para embarcações sem combustível sustentável.
“Os países que não se atualizarem perderão competitividade internacional. Temos de sair na frente, nos antecipar: o Brasil tem etanol e biocombustível para ser líder na renovação da frota marítima.”

Outra novidade foi a possibilidade de inclusão de projetos relacionados a recursos hídricos em uma das linhas do Fundo Clima, o que “promete proporcionar mecanismos mais amplos para a estruturação de projetos ligados à economia azul, com a menor taxa do Fundo, de 1% ao ano”.
O BNDES também reforçou que seu programa voltado à inovação, que oferece crédito com a taxa TR, de cerca de 2%, está aberto para dar suporte às indústrias relacionadas à economia azul.

O banco de fomento, em outra frente de estímulo, ressaltou a disposição de linhas específicas com prazos de financiamento que podem chegar a até 34 anos para apoiar os cerca de 45 bilhões de reais previstos em investimentos do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no setor, e potenciais operações mercado de capitais, por meio da emissão de debêntures.
Os anúncios foram feitos durante lançamento da iniciativa BNDES Azul para apresentar a nova frente estratégica da instituição, que envolve investimento em pesquisas na costa brasileira, o fortalecimento da indústria naval e o incentivo à descarbonização da frota marítima.

Fonte: Brasil 247