Bolsonaro, após férias: “Brasil está quebrado. Não consigo fazer nada”

Bolsonaro, flagrado dormindo durante expediente na Câmara - (Foto: Fotos Públicas)

O presidente da República passou o recesso promovendo aglomerações no litoral. No primeiro dia de trabalho do novo ano, lavou as mãos.

Apesar de 17 dias de férias, Jair Bolsonaro parece ter voltado para Brasília sem disposição para o trabalho. Ele disse a apoiadores nesta terça-feira (5) que o Brasil está “quebrado” e “não consegue fazer nada”. Como de hábito, terceirizou responsabilidades, afirmando que a inoperância de sua gestão é culpa da “mídia sem caráter” que “potencializou” o novo coronavírus.

O presidente, que esteve no litoral de Santa Catarina, em São Francisco do Sul, e de São Paulo, em Guarujá, passou o recesso promovendo aglomerações. Em seu primeiro dia de trabalho no novo ano, lavou as mãos.

“O Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do imposto de renda, tá, teve esse vírus, potencializado pela mídia que nós temos, essa mídia sem caráter”, afirmou o ocupante do mais alto cargo da República, como se em 2019 a economia estivesse bombando. No primeiro ano de governo, pré-pandemia, a gestão Bolsonaro entregou um ‘pibinho’ de 1,4%.

A ampliação da isenção do Imposto de Renda, abrangendo os brasileiros que ganham até cinco salários mínimos, foi uma promessa de campanha de Bolsonaro. A ideia nunca foi bem-vista pela equipe de Paulo Guedes. Com a pandemia, naufragou de vez. A equipe econômica também já bateu o martelo e avisou que não permitirá a prorrogação do auxílio emergencial este ano.

No entanto, para atender a grupos amigos, Bolsonaro sempre deu um jeito de driblar a austeridade de Guedes e seu time. É o caso das Forças Armadas, por exemplo, que foram poupadas na Reforma da Previdência, têm seu orçamento preservado e tiveram reajuste de bônus garantido em 2020, quando os demais servidores públicos tiveram seus salários congelados devido à crise sanitária.

Bolsonaro também é o presidente que mais gasta no cartão corporativo. Em 2020, o valor consumido até novembro foi de R$ 7,86 milhões, a uma média de R$ 672.100 ao mês, segundo levantamento da Folha de São Paulo.

Na conversa com apoiadores nesta terça, Bolsonaro afirmou ainda que a imprensa faz um “trabalho incessante de tentar desgastar” o governo e disse: “Vão ter que me aguentar até o final de 2022, pode ter certeza aí”, afirmou.

Fonte: O Vermelho