Bolsonaro tem governo rejeitado pela maioria do eleitorado de SP e RJ

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A pesquisa sinaliza piora a avaliação do presidente no segmento das mulheres e entre os mais jovens, com números melhores entre sulistas, ricos e evangélicos.

De acordo com o Datafolha, o presidente Jair Bolsonaro (PL) se mantém com avaliação majoritariamente ruim e péssima nos dois dos maiores colégios eleitorais do país, São Paulo e Rio de Janeiro. A pesquisa sinaliza piora a avaliação do presidente no segmento das mulheres e entre os mais jovens.

Pesquisa do instituto feita de terça (5) a quinta-feira (7) aponta que 49% dos entrevistados do estado de São Paulo e 48% do Rio de Janeiro consideram seu governo ruim ou péssimo.

Os que classificam a gestão como ótima ou boa são 28% entre os paulistas e 27% entre os fluminenses.

A avaliação regular está em 23% tanto em São Paulo como no Rio.

Os números são próximos daqueles obtidos em março, quando a avaliação de Bolsonaro era de 46% de ruim/péssimo e 25% de ótimo/bom, com os melhores resultados obtidos no Sul do país.

A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, no levantamento em São Paulo e de três pontos percentuais no do Rio.

O Datafolha ouviu nesta rodada 1.218 pessoas no estado do Rio e outras 1.806 no estado de São Paulo.

Os dois colégios eleitorais têm enorme peso. Na eleição de 2018, nesses dois estados Bolsonaro obteve vitórias com 68% dos votos válidos no segundo turno, abrindo uma frente de 11 milhões de votos sobre Fernando Haddad (PT). O PT sempre teve maior dificuldade nos dois estados pesquisados pelo Datafolha, com possibilidades melhores este ano.

Apesar dos números ruins para o governo, há uma tendência de melhora, conforme o governo avança com medidas eleitoreiras como aumento de valor do Auxílio Brasil, oferta de benefícios para os mais pobres, como o auxílio gás, e a melhora na pandemia. Em setembro passado, a avaliação ruim ou péssima estava em 65% —16 pontos percentuais mais alta. O índice de ótimo e bom também se alterou expressivamente: era de 16%.

Mulheres, jovens, ricos e evangélicos

Na faixa de entrevistados com 16 a 24 anos, a taxa de ótimo/bom é de apenas 12% no Rio e de 18% em São Paulo.

A aprovação também tende a cair na faixa com escolaridade de nível superior, embora cresça em faixas com renda mais elevada. Entre quem tem renda familiar mensal de cinco a dez salários mínimos, a aprovação ao presidente vai a 34% no estado de São Paulo.

Outro segmento mais próximo do bolsonarismo é o dos evangélicos. Nesse recorte, a taxa de ótimo ou bom vai a 37% no Rio de Janeiro e em São Paulo.

No Rio, a aprovação ao governo salta ao se levar em conta apenas o segmento dos eleitores do governador Cláudio Castro. Nesse eleitorado, 48% consideram o trabalho de Bolsonaro ótimo ou bom.

Já entre aqueles que aprovam a gestão do prefeito Eduardo Paes (PSD), opositor do presidente, a rejeição ao trabalho de Bolsonaro vai a 60%.

Em São Paulo, a avaliação do presidente é melhor entre quem acha o trabalho do ex-governador João Doria (PSDB) ruim ou péssimo. Nesse segmento, 39% aprovam a gestão federal.

Entre eleitores de Fernando Haddad, que agora lidera a disputa estadual, a reprovação a Bolsonaro chega a 68%.

Polarização e segundo turno

No Datafolha de março, embora em desvantagem para o líder, o ex-presidente Lula (PT), Bolsonaro recuperou consolidou a polarização com o petista na eleição presidencial.

Dos 12 cenários eleitorais testados pelas pesquisas de intenção de voto publicadas ao longo desta semana, 11 apontam que a disputa pela Presidência da República avança para o segundo turno com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL). Em apenas uma das simulações, feita pelo Quaest, Lula vence no primeiro turno.

Os levantamentos foram realizados por XP/Ipespe, Genial/Quaest e Paraná Pesquisas. Seis dos 12 cenários não apresentaram o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil). Na semana passada, Moro trocou o Podemos pelo União Brasil e sinalizou que pode abrir mão da disputa pelo Planalto para se candidatar à Câmara dos Deputados ou ao Senado.

Fonte: O Vermelho