CONTRIBUIÇÃO SINDICAL, OBRIGAÇÃO?

Vale Poular

Imagine esse cenário: “jornada de trabalho de 16 horas, homens, mulheres e crianças trabalhando em situação degradante. Direitos trabalhistas inexistentes, o empregador pode demitir qualquer um a qualquer hora e, ainda, sem nenhuma compensação ao trabalhador…”; esse cenário é escabroso, certo? Assim eram tratados os trabalhadores na Inglaterra durante Revolução Industrial.

 Estou forçando essa comparação com a Inglaterra dos séculos XVIII e XIX para demonstrar que as condições de trabalho daquela época só foram modificadas quando os trabalhadores se uniram contra os empregadores. Hoje o mecanismo de pressão contra os desmandos dos empresários são os Sindicatos.

Se o Sindicato é a voz do trabalhador porque ele é obrigatório? A meu ver isso é um mecanismo de defesa contra os assédios dos empregadores. Se eu possuo o poder econômico em minhas mãos eu tenho uma vantagem o que subjuga o trabalhador. Quem faz o contraponto nessa situação é o Sindicato.

Com a retirada da obrigatoriedade da contribuição sindical o governo, em uma manobra maquiavélica, pesa a balança para o lado do empresário. Os sindicatos perderam sua fonte de financiamento e, se não nos movermos rápido, vão se enfraquecer e deixar a classe trabalhadora à deriva.

Volto no cenário do início da matéria e, guardadas as proporções, concito a todos uma reflexão: “Se os sindicatos perderem a sua capacidade de se contraporem contra os empregadores, quem vai impedir que retornemos a idade das trevas do trabalhador?”