De olho na economia, Lula articula agenda de projetos em reunião com senadores

Foto Ricardo Stuckert

Foco do governo está na agenda econômica, com destaque para a regulamentação da reforma tributária e a reforma do Imposto de Renda.

Na noite desta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu um encontro estratégico no Palácio da Alvorada, recebendo o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSB-MG), ministros do Executivo e líderes da Casa Alta. Este encontro visava discutir a agenda legislativa do governo para o ano em curso, além de fortalecer o diálogo entre o governo e o Senado Federal, prometendo uma maior interação com os congressistas ao longo de 2024.

A reunião, que contou com a presença dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Paulo Pimenta (Comunicação Social) e Rui Costa (Casa Civil), foi descrita pelo presidente Lula como uma oportunidade para discutir os rumos do Brasil e os objetivos legislativos para o futuro próximo.

Lula, que chegou uma hora após o combinado, dedicou duas horas à reunião, durante a qual expressou sua gratidão aos senadores pela aprovação de projetos importantes para o governo ao longo de 2023. O presidente ressaltou que o país está no caminho certo e destacou a melhoria da imagem do Brasil perante o mundo.

Antes do encontro, o ministro Padilha esclareceu que a reunião não tinha o propósito de tomar decisões imediatas, mas sim de expressar a gratidão do presidente Lula e do governo federal pelo apoio e colaboração do Senado no ano anterior. Ele destacou a importância do papel desempenhado pelos líderes do Senado na aprovação de temas cruciais para o governo.

Entre os senadores presentes estavam Jaques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Eliziane Gama (PSD-MA), Efraim Filho (União-PB), Beto Faro (PT-PA), Weverton (PDT-MA), Davi Alcolumbre (União-AP), Marcelo Castro (MDB-PI), Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), Omar Aziz (PSD-AM), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Otto Alencar (PSD-BA).

Rodrigo Pacheco mencionou a aprovação de projetos governamentais e enfatizou a importância da defesa da democracia, mesmo diante de eventuais divergências políticas. Ele fez uma brincadeira sobre o que poderia ter acontecido caso Lula não tivesse sido eleito em detrimento de Jair Bolsonaro, insinuando os atritos passados entre o Senado e o ex-presidente.

Os discursos proferidos durante o encontro abordaram diversos temas. Marcelo Castro ressaltou a boa gestão econômica do governo, mas ponderou que, do ponto de vista eleitoral, é necessário um esforço de comunicação para disputar espaço nas redes sociais. Já Davi Alcolumbre destacou que esta foi a primeira vez que um compromisso deste tipo ocorreu desde o início do governo.

Articulação política

Este encontro faz parte da estratégia do governo para fortalecer a articulação política e garantir o avanço de pautas importantes no Congresso. Com um balanço positivo do ano anterior, em que temas como a PEC da Transição e a reforma tributária foram aprovados, o governo pretende continuar trabalhando em parceria com o Senado.

Enquanto isso, o foco do governo está na agenda econômica, com destaque para a regulamentação da reforma tributária e a reforma do Imposto de Renda. Embalado por notícias positivas, como o crescimento do PIB acima das expectativas, o governo busca avançar em medidas que impulsionem a economia e garantam a estabilidade fiscal.

Uma questão polêmica discutida recentemente foi a reoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia, uma medida que gerou controvérsias. O ministro Haddad retirou esse item de uma medida provisória e encaminhou um projeto de lei ao Congresso para tratar do assunto, atendendo a pedidos de senadores e do presidente do Senado.

Enquanto isso, na quarta-feira (6), o presidente Lula está programado para se reunir com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), em uma discussão sobre a dívida do estado com a União. Este encontro será mais um passo importante em meio às complexas negociações políticas que definem a dimensão do ajuste fiscal mineiro. A reunião teve a intermediação do senador Pacheco, que está cotado para disputar o governo do estado.

Fonte: O Vermelho