PT vai à Justiça e pede afastamento de Alexandre Ramagem por Abin orientar defesa de Flávio Bolsonaro

Gleisi Hoffmann, Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem (Foto: Stuckert / Divulgação)

Em ação civil à Justiça Federal de Brasília, deputados petistas apontam o uso de uma espécie de estrutura paralela dentro da Abin, que, sob coordenação de Alexandre Ramagem, elaborou documentos informais com o objetivo de orientar a defesa do senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”.

Os deputados federais do PT Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do partido, Enio Verri (PR), Paulo Pimenta (RS) e Natalia Bonavides (RN) apresentaram nesta sexta-feira (25) uma ação civil pública contra na Justiça Federal de Brasília contra Jair Bolsonaro e o diretor-geral da Agência Brasileiro de Inteligência, Alexandre Ramagem, com pedido de liminar para afastar o dirigente da Abin, para “evitar manutenção da ilegalidade/imoralidade vigente”. 

De acordo com a ação, existem indícios de que Ramagem “integra organização criminosa ou, como no caso, contribui para embaraçar ou dificultar a investigação de organizações criminosas”.

A agência produziu relatórios para ajudar a defesa do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a embasar um pedido de anulação das investigações sobre “rachadinha” que acontecia na Assembleia Legislativa do Rio, onde o parlamentar cumpria mandato de deputado estadual antes de ser eleito para o Senado. 

Em um campo intitulado ‘Finalidade’, cita: ‘Defender FB no caso Alerj demonstrando a nulidade processual resultante de acessos imotivados aos dados fiscais de FB'”. O senador recebeu os documentos pelo WhatsApp e os repassou pela mesma plataforma a advogadas. 

Segundo a ação, “estamos diante não só de atos omissivos do presidente da República, mas também de fatos graves que reclamam a imediata instauração de investigação criminal, no bojo do qual se mostra necessário, para fazer cessar os impedimentos e embaraços às investigações de outro crime (que correm contra o filho do Presidente da República na justiça do Rio de Janeiro)”. 

“Nesse sentido, o afastamento de Alexandre Ramagem, por ser medida da mais alta relevância para assegurar a moralidade pública, é medida que se impõe, notadamente em razão da sua predisposição para a manipulação e uso de meios escusos que possam servir de suporte à defesa do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente da República, de modo a favorecê-lo, pessoal e materialmente para que se livre do alcance da lei e da justiça”, diz texto.

Fonte: Brasil 27