DESEMPREGO ATINGE 12,6 MILHÕES DE BRASILEIROS; INFORMALIDADE É RECORDE

A taxa de desemprego no Brasil caiu de 12,5% para 11,8% na passagem do trimestre encerrado em abril para o trimestre terminado em julho. Mesmo com a queda, ainda tem 12,6 milhões pessoas em busca de trabalho. Além disso, a melhora na taxa de desocupação está relacionada ao aumento do trabalho informal, que bateu recorde. É o que apontam os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta sexta-feira (30) pelo IBGE.
No trimestre encerrado em julho, o total de empregados do setor privado sem carteira de trabalho assinada atingiu 11,7 milhões de pessoas – o maior contingente da série histórica iniciada em 2012. O aumento em relação ao trimestre anterior foi de 3,9%, o que representa 441 mil pessoas nessa categoria.

Outro fator relacionado à informalidade são os trabalhadores por conta própria, que também atingiram o maior patamar da série: 24,2 milhões de pessoas. O crescimento registrado foi de 1,4% na comparação com o trimestre anterior (fevereiro a abril de 2019), significando mais 343 mil pessoas nesse contingente. No trimestre, havia 28,1 milhões de pessoas subutilizadas no país.

“Apesar da redução da desocupação e do aumento expressivo de pessoas ocupadas, o mercado insiste em gerar postos de trabalho voltados para a informalidade”, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Há mais pessoas trabalhando, o que coloca o mercado em um ciclo vicioso. Mas parte expressiva desses postos são na informalidade. Das mais de 2 milhões de vagas criadas em um ano, mais de 50% são de trabalhadores por conta própria, que é a forma mais expressiva da informalidade.”

A quantidade de pessoas desalentadas – aquelas que não procuram trabalho porque acham que não vão encontrar vagas ou porque acreditam serem pouco qualificadas para voltar ao mercado – ficou estável, de acordo com o IBGE. Em abril, eram 4,87 milhões nesta situação. Em julho, 4,83 milhões, o que representa um recuo de 0,9%.

Já o rendimento médio do trabalhador apresentou queda de 1% no período, passando de R$ 2.311 para R$ 2.286. Por outro lado, a massa de rendimento ficou estável. A explicação é que, como as vagas geradas são pela porta da informalidade, os salários são mais baixos. Porém, com mais pessoas trabalhando, mesmo com remunerações menores, a massa fica estabilizada.

Fonte: O Vermelho